JOGOS
PARA ALFABETIZAÇÃO
Autora
– Maria Tereza Silva Cruz
Apresentação
O Pacto Nacional
pela Alfabetização na Idade Certa é um acordo formal assumido pelo governo
federal, estados, municípios e entidades com o objetivo de firmar o compromisso
de alfabetizar crianças até oito anos de idade.
O papel da escola quando se trata do
processo de alfabetização é ensinar o sistema de escrita e propiciar condições
de desenvolvimento das capacidades de compreensão e produção de textos orais e
escritos. Isto é, desde os primeiros anos de escolarização, espera-se que os
docentes planejem situações de escrita alfabética e possibilitem o acesso aos
textos escritos de modo a garantir a inserção social em diversos ambientes e
tipos de interação.
Sendo a instituição escolar um espaço
plural, a diversidade tem que ser considerada parte de sua essência, isso
implica na ampliação do universo cultural das crianças, por meio da apropriação
de conhecimentos relativos ao mundo social e da natureza.
...cada professor, com base no seu
conhecimento construído ao longo da sua trajetória, pode criar diferentes
caminhos que poderão fazer parte da sua prática pedagógica, estando incluídos
nesse processo variados discursos (n ão apenas os que estão na ordem do dia)
(FERREIRA, 2005, p.75).
Dessa
forma, os saberes docentes, segundo Tardif (2001), são de natureza diversa.
Dentre esses, os saberes da experiência, que se constituem no cotidiano e no
exercício da docência, parecem ser os mais disponíveis ao professor para
enfrentar o dia a dia da sala de aula, quando as funções se alteram em função
da diversidade nas necessidades das crianças.
Diante
de tais colocações, reconhecendo como um dos princípios fundamentais do Pacto:
que a ludicidade e o cuidado com a
Os
Jogos se configuram como atividades lúdicas desenvolvidas como recurso em
várias modalidades da atividade pedagógica atrelado à mediação do docente.
Atividades que envolvem o brincar com a língua, já são desenvolvidos pela
criança, mesmo antes da escola. Na escola, vários jogos podem ser desenvolvidos
com o objetivo de promover a apropriação e consolidação da alfabetização.
É
uma das práticas que muito contribui para o desenvolvimento do Sistema de
Escrita Alfabético, não existe um eixo específico que possa ser mais explorado,
pois todos eles proporcionam, reflexões, contemplando diferentes unidades
linguísticas, portanto cabe ao professor planejar e escolher de acordo com os objetivos da sua aula(leitura,
produção de textos escritos, oralidade, análise linguística, discursividade,
textualidade e normatividade, análise linguística, apropriação do SEA.
Portanto,
a escolha do trabalho com jogos, é justamente por acreditar que são importantes
aliados do professor, por contemplar ações como reflexão, sistematização e
consolidação dos direitos de aprendizagem, além de diversas formas de
agrupamento dos alunos, conciliando a aprendizagem da apropriação do Sistema da
Escrita Alfabética.
A
atividade trabalhada foi o jogo Letra por Letra inventado pela
professora regente Maria Tereza Silva Cruz que teve como objetivos principais:
_ Segmentar letras em palavras. _ Identificar letra por letra em uma
palavra. _
Ativar a memória visual e a fala. _ Comparar palavras identificando
semelhanças e diferenças sonoras entre elas. _ Compreender que palavras são formadas por
unidades menores e que cada fonema corresponde a uma letra ou conjunto de
letras.
Os
objetivos listados vêm de encontro com os direitos de aprendizagem da Língua
Portuguesa nos eixos: Oralidade – Participar de
intervenções orais em sala de aula, questionando, sugerindo, argumentando e
respeitando os turnos da fala.
Analise Linguística Discursividade, textualidade e normatividade – Conhecer e fazer uso das grafias
de palavras com correspondências regulares diretas entre letras e fonemas
(P,B,T,D,F,V). Apropriação do
S.E.A. – Segmentar oralmente as sílabas de palavras e comparar quanto ao
tamanho.
Os
materiais usados foram: - 26 fichas contendo desenhos variados. - 1
cartela com nomes de todas as crianças da turmas para registro dos pontos.
A
atividade segue os seguintes passos: 1-
Pedir que as crianças façam um círculo se assentando no chão. 2- Colocar no centro do círculo as fichas
organizadas num monte com a face virada para baixo. 3- A professora ficará de posse da cartela
para anotar os pontos.4- Sorteia-se uma criança para iniciar. 5- A criança sorteada deverá
retirar do monte uma ficha, observar a figura, mostrar aos colegas e, depois, pronunciar
letra por letra da palavra.
6- Se acertar, marcará um ponto.7- Se errar, a
primeira criança da esquerda poderá pronunciar a palavra se souber. 8- Pode-se dar até 3 chances com a mesma palavra, se ficha do jogo e continua a brincadeira.9-
Explicar que cada um terá a sua vez de falar, não podendo no momento que o
colega tiver pronunciando, interrompê-lo.10- Assim que a
palavra for pronunciada corretamente, escrevê-la no quadro. 11- Prossegue o
jogo sempre com a criança da esquerda, seguindo os passos anteriores. 12- Termina o jogo
quando terminarem as cartas e conta-se os pontos para se conhecer o
vencedor.
Observação: Após terminar o jogo, fizemos comparações de palavras quanto
(ao tamanho, estrutura silábica, ordenando-as em ordem alfabética e escrita de
frases e texto).
Durante
todo o jogo pude também avaliar o aprendizado através das intervenções feitas
pelos colegas; da satisfação causada no momento da participação; a participação
de todos sem restrição de nenhuma criança, mesmo quando a palavra não era
pronunciada corretamente e das interações entre elas, causando questionamentos.
Avaliação
dos resultados
Avaliar
é sempre uma tarefa muita complexa, pois não a podemos fazer de forma
fragmentada, sem considerar o aluno como um todo.
Deve
acontecer de forma processual, dinâmica e formativa de maneira que possa estar
voltada para a redefinição permanente das prioridades e do planejamento
contínuo do fazer pedagógico.
Foi
assim que me posicionei diante da avaliação dessa atividade, enquanto os alunos
participavam, observei o comportamento de cada um, tendo em vista o cumprimento
dos objetivos propostos, chegando as seguintes constatações: - todas as crianças participaram da atividade
sem restrição de nenhuma delas; – o bom relacionamento e o
entrosamento entre elas; – as crianças que estavam num nível
inicial de escrita, não se sentiram constrangidas ao pronunciar as letras da
palavra e errar, pois estavam construindo hipóteses e arriscando
possibilidades; – as discussões em
torno de palavras com irregularidades ortográficas possibilitaram
crescimento; - compreensão de diferenças e
semelhanças entre palavras; - percepção de que palavras podem ter sons
iguais, mas escrita diferente.
É
importante lembrar que num jogo, assim como em qualquer outra atividade, o
professor não terá nunca uma avaliação com aproveitamento de 100% dos alunos,
pois devemos levar em conta o nível que cada um se encontra, daí a necessidade
de se fazer uma avaliação cautelosa para garantir a aprendizagem e não punir os
que não aprenderam.
Concluindo,
a avaliação da atividade foi muito boa, com resultados positivos já citados,
sendo que, os alunos que se encontram numa fase mais avançada puderam
compartilhar e contribuir para o avanço daqueles que estão numa mais inferior.
Considerações
finais
Realizar
esse trabalho pra mim foi muito prazeroso, pois pude comprovar através da
participação ativa de todos, o interesse e, consequentemente, a aprendizagem
resultante desse momento, além de reconhecer também, o seu grande valor
pedagógico.
Atualmente,
os jogos são utilizados nas diferentes áreas do conhecimento, mas para integrar
jogos e brincadeiras na rotina da sala de aula, é preciso que o professor
defina o momento, a forma de brincar, o objetivo da brincadeira para contemplar
o aprendizado de todas as crianças.
Nessa
direção, é importante planejar as atividades, com o objetivo principal de
fazê-los aprender a dominar tudo aquilo que julgamos importante ao seu
aprendizado, levando em consideração as diferenças individuais.
O
PACTO Nacional tem apresentado até aqui, relevantes contribuições e incentivo
ao trabalho com jogos na alfabetização, apresentando textos significativos para
estudo e discussão em torno do assunto e materiais de suporte para uso
contínuo, na sala de aula.
Referências
TARDIF,
Maurice. Didática, currículo e saberes escolares. Rio de Janeiro DP&A,
2001, 2ª ed. P.234.
FERREIRA,
Andréa Tereza Brito, 2005, p.75. Formação continuada do professores: questões
para reflexão. Belo Horizonte: Autêntica.
s crianças são condições básicas no processo
de ensino e aprendizagem e os saberes da minha experiência pedagógica, resolvi
focar meu trabalho em Jogos para Alfabetização, considerando-os como ferramenta
necessária e indispensável para introduzir, aprofundar e consolidar os direitos
de aprendizagem em qualquer disciplina e não apenas em Língua Portuguesa.Relatando os jogos para alfabetização. |
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