quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Orientações Pedagógicas - Educação Infantil.


Orientações pedagógicas que visam contribuir com a implantação de práticas educativas de qualidade que possam promover e ampliar as condições necessárias para o exercício da cidadania das crianças brasileiras.

“Bem aventurado o homem que acha sabedoria,
e o homem que adquire conhecimento”
(Provérbios 3.13)

I – Introdução

A expansão da educação infantil no Brasil e no mundo tem ocorrido de forma crescente nas últimas décadas, acompanhando a intensifi-cação da urbanização, a participação da mulher no mercado de trabalho e as mudanças na organização e estruturas das famílias. Por outro lado, a sociedade está consciente da importância das experiências na primeira infância, o que motiva demandas por uma educação institucional para crianças de zero a cinco anos.
De acordo com as características do referencial curricular nacional a qualidade das experiências oferecidas são afetivas, emocionais, sociais, cognitivas e morais podendo contribuir para o exercício da cidadania estando embasadas nos seguintes princípios:
- O respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicos, religiosos, etc;
- O direito das crianças a brincar, como forma particular de expres-são, pensamento, interação e comunicação infantil;
- O acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, am-pliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expres-são, à comunicação, à interação social, ao pensamento à ética e à estética;
- A socialização das crianças por meio de sua participação e inser-ção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma;
- O atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade.

A estes princípios cabe apresentar que as crianças têm direito, antes de tudo, de viver experiências prazerosas nas instituições.
O trabalho educativo pode, assim, criar condições para as crianças conhecerem, descobrirem e ressignificarem novos sentimentos, valores, idéias, costumes e papéis sociais.
é necessário considerar os princípios expostos bem como definir concepções sobre criança, educar, cuidar e aprendizagem, cujos fundamentos devem ser considerados de maneira explicita para que possa ir de encontro à orientação metodológica para trabalhar os conteúdos.
A criança como todo ser humano ingênua, sujeito social e histórico que faz parte de uma organização que está inserida em uma sociedade, com determinada cultura, em um determinado momento histórico. As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio.
No processo de construção do conhecimento, as crianças se utilizam das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. Assim as mesmas constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com outras pessoas e com o maio em que vivem.
Na instituição de educação infantil educar significa, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
A base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a se desenvolver com ser humano. Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. É importante que exista um vínculo entre quem cuida e quem é cuidado.
Para que as aprendizagens ocorrem com sucesso é preciso que o professor considere na organização do trabalho educativo:
- a interação com crianças da mesma idade e de idades diferentes em situações diversas com fator de promoção de aprendizagem e do desenvolvimento e da capacidade de relacionar-se;
- os conhecimentos prévios de qualquer natureza, que as crianças já possuem sobre o assunto, já que elas aprendem por meio de uma construção interna ao relacionar suas idéias com as novas informações de que dispõem e com as interações que estabelece;
- a individualidade e a diversidade;
- o grau de desafio que as atividades apresentam e o fato de que devam ser significativas e apresentadas de maneira integrada para as crianças e o mais próximas possíveis das práticas sociais reais;
- a resolução de problemas como forma de aprendizagem.

O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma competência polivalente. Esse caráter polivalente demanda, por sua vez, uma formação bastante ampla do profissional, refletindo constantemente sobre sua prática, etc, buscando sempre informações necessárias para o trabalho que desenvolve.
São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta com as crianças a observação, o registro, o planejamento e a avaliação
E analisando esses instrumentos essenciais relacionados a educação infantil

Apresentação:

Considerando-se as particularidades da faixa etária compreendida entre zero e cinco anos e suas formas específicas de aprender criou-se categoriais curriculares para organizar os conteúdos a serem trabalhados. Esta organização visa abranger diversos e múltiplos espaços de elaboração de conhecimentos e de diferentes linguagens, a construção da identidade, os processos de socialização e o desenvolvimento da au-tonomia das crianças que propiciam, por sua vez, as aprendizagens consideradas essenciais. Os âmbitos são compreendidos como domí-nios ou campos de ação que dão visibilidade aos eixos de trabalho educativo para que o professor possa organizar sua prática e refletir sobre a abrangência das experiências que propicia às crianças, sendo definido dois âmbitos:

1 – Formação Pessoal e Social

O âmbito de Formação Pessoal e Social refere-se às experiências que favorecem, prioritariamente, a construção do sujeito. Está organiza-do de forma a explicitar as complexas questões que envolvem o desen-volvimento de capacidades de natureza global e afetiva das crianças, seus esquemas simbólicos de interação com os outros e com o meio, assim como a relação consigo mesmas. O trabalho com este âmbito pretende que as instituições possam oferecer condições para que as crianças aprendam a conviver, a ser e a estar com os outros e consigo mesmas em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança

2 – Conhecimento de mundo

O âmbito de Conhecimento de Mundo refere-se à construção das diferentes linguagens pelas crianças e às relações que estabelecem com os objetos de conhecimento. Este âmbito traz uma ênfase na relação das crianças com alguns aspectos da cultura. A cultura é aqui estendida de uma forma ampla e plural, com o conjunto de códigos e pro-duções simbólicas, científicas e sociais da humanidade construindo ao longo das histórias dos diversos grupos, englobando múltiplos aspectos e em constante processo de reelaboração e ressignificação. Esta idéia de cultura transcende, mas engloba os interesses momentâneos, as tradições específicas e as convenções de grupos sociais particulares. O domínio progressista das diferentes linguagens que favorecem a expressão e comunicação de sentimentos, emoções e ideias das crianças continuarem a aprender ao longo da vida.

Justificativa

Diante de tantas mudanças na sociedade, é necessário repensar o processo educacional para acompanhar com responsabilidade, envolvi-mento, união de forças e esforços para os novos desafios que surgiram no decorrer dos anos.

Nós educadores, precisamos neste momento buscar uma educação que atenda com qualidade o pequeno cidadão que ingressa na educação pública e particular.
Partindo desse princípio, buscamos elaborar uma proposta curricular que atenda os princípios legais e pedagógicos da Educação Infantil. Possibilitando a esses alunos a integração no mundo como pessoas livres, críticas, autônomas, éticas e solidárias, para que saibam viver e conviver numa sociedade multicultural, capazes de falar, ouvir e respeitar o diferente. Devemos ter consciência de nossa prática educativa para desenvolvermos os quatro pilares estabelecidos neste século XXI (aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a viver e conviver aprender a ser).
Assim estaremos favorecendo na concepção da aprendizagem e oferecendo condições para que as crianças aprendam a aprender.


Objetivos

- Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações;
- Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças fortalecendo sua autoestima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;
- Estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;
- Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação;
- Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;
- Conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade;
- Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender a ser compreendido, ex-pressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
- Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar.

Objetivos Específicos

- Português: possibilitar condições para que os alunos aperfeiçoem sua comunicação e expressão em diversas formas e vários gêneros.
- Matemática: possibilitar os conhecimentos básicos da matemática como ferramentas necessárias ao seu cotidiano.
- Identidade e Autonomia: ter uma imagem positiva de si, ampliando sua autoconfiança, identificando cada vez mais suas limitações e possibilidades, e agindo de acordo com elas.
- Educação Religiosa: possibilitar conhecimentos que atendam ao aluno nos aspectos espirituais e morais sem doutriná-los (trabalhando sempre com a filosofia de vida).
- Movimento: possibilitar o desenvolvimento das capacidades expressivas e instrumentais do movimento buscando a apropriação corporal pelas crianças de forma que possam agir com cada vez mais intencionalidade.
- Música: explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento de mundo.
- Artes Visuais: interessar-se pelas próprias produções, pelas de outras crianças e pelas diversas obras artísticas.
- Natureza e Sociedade: interessar-se e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural, formulando perguntas, imaginando soluções para compreendê-lo, manifestando opiniões próprias sobre os acontecimentos, buscando informações e confrontan-do ideias.


Currículo

O Currículo Escolar compõe-se de conteúdos sequenciados, articulados, selecionados como os mais significativos – segundo critérios determinados – nas várias áreas do conhecimento. Tais conteúdos são apresentados em situações de ensino especialmente preparadas pelo professor, levando em conta as características e necessidades dos alunos.
Em geral, tais situações são desencadeadas a partir de questões já selecionadas e programadas no currículo. Podem, também, ter início com um fato que desperte o interesse da classe, ou de um assunto que se revele oportuno.
Ao ingressar na escola, a criança deixa o convívio com a sua família e passa a conviver com adultos e crianças de sua idade, descobrindo, à sua maneira, novas experiências, novos valores, que irão enrique-cer os conhecimentos que ela traz do universo que a rodeia, dando oportunidade de desenvolver sua potencialidade, preparando-se, despeitando-se para a vida.
Daí, o maior desafio da escola é compreender que a aprendiza-gem ocorre com a interferência de vários fatores, sendo necessário respeitar e trabalhar com as diferenças individuais das crianças. Isso significa que o professor deve planejar e oferecer uma gama variada de experiências que responda simultaneamente, às demandas do grupo e às individualidades de cada criança.
Para que a aprendizagem aconteça de maneira efetiva este currículo é norteado pelos princípios propostos pelas diretrizes curriculares nacionais, como: princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum; princípios políticos dos direitos e deveres da cidadania, do exercício da criticidade, da ludicida-de e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.
A proposta curricular tem assim a função de garantir condições para que o aluno construa instrumentos que capacitem para um processo de educação permanente. E esteja em consonância com as questões sociais que marca cada momento histórico.
Na organização curricular existe a preocupação de se trabalhar embasado no projeto político pedagógico da escola, os temas transversais, os quatro pilares da educação, tão importantes na formação do aluno.

O currículo é enriquecido com projetos.
Os projetos culturais fazem parte do calendário escolar e tem o objetivo de trabalhar as habilidades e competências dos alunos, respeitando as diferenças individuais.
A construção do currículo se apóia em três pilares: a definição dos objetivos do ensino, a explicitação dos conteúdos básicos e a orientação Metodológica, que inclui os materiais pedagógicos adequados aos métodos de ensino.

Metodologia

Sendo a orientação Metodológica exclusivamente importante para o dia a dia do educador repercutindo no educando podemos perceber que o educador deverá promover a aprendizagem dos conteúdos básicos por todos os educandos incluindo vastas estratégias de ensino, combinadas com recursos instrucionais adequados à construção, assimilação e retenção do conhecimento.
A metodologia de ensino pretende-se implantar a didática do aprender a aprender ou saber pensar que englobar num todo a apropriação do conhecimento disponível e o manejo criativo e crítico.
O professor deverá assumir um papel de mediador e diretivo em relação ao aluno além de criar um clima de cooperação, tranquilidade e afetividade no ambiente da sala de aula.
Os conteúdos estão intrinsecamente relacionados com a forma como são trabalhados com as crianças. Se, de um lado, é verdade que a concepção de aprendizagem adotada determina o enfoque didático, é igualmente verdade, de outro lado, que nem sempre esta relação se explicita de forma imediata. A prática educativa é bastante complexa e são inúmeras as questões que se apresentam no cotidiano e que transcen-dem o planejamento didático e a própria proposta curricular. Torna-se importante o professor estar atento entre as intenções educativas e a prática.
A organização do tempo (rotina) representa, também, a estrutura sobre o qual será organizado o tempo didático, ou seja, o tempo de trabalho educativo realizado com as crianças. A rotina deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações de aprendizagens orientadas. A apresentação de novos conteúdos às crianças,deve-se planejar a forma mais adequada de organizar o mobiliário dentro da sala, assim como introduzir materiais específicos para a montagem de ambientes novos, ligados aos projetos em curso. Além disso, a aprendizagem transcende o espaço da sala, toma conta da área externa e de outros espaços da instituição e fora dela.
A observação e o registro se constituem aos principais instrumentos de que o professor dispõe para apoiar sua prática. Por meio deles o professor pode registrar contextualmente os processos de aprendiza-gem das crianças; a qualidade das intenções estabelecidas com outras crianças, funcionários e com o professor e acompanhar os processos de desenvolvimento obtendo informações sobre as experiências das crian-ças na instituição.
Você sabe fazer?

Modelagem
Massa de modelar
Argila
Desenvolvendo a coordenação motora

Modelagem

A modelagem é um excelente meio de desenvolver a capacidade criadora e os controles sensorial e motor da criança. Através dessa atividade ela adquire a flexibilidade manual, destreza, leveza e controle da mão, sen-tindo a proporção das formas e sua relação e ocupação no espaço. Desen-volve a imaginação criadora, possibilitando destruir o resultado e refaze-lo quantas vezes quiser. A criança vê na modelagem uma das maiores alegri-as da infância. Basta observa-la passando horas a fio enchendo e esvazi-ando seu balde de areia ou construindo montes de lama. Mexer no barro ou na lama é um grande atrativo para ela e isso em geral lhe é negado pelos pais, por ser considerado sujo e pouco higiênico. Ainda assim, ela acaba brincando com restos de massa de vidro, miolo de pão ou outro material acessível. Isso tudo deve servir para nos encorajar a dar com frequência MASSA DE MODELAR ou ARGILA, como um substituto desses materiais.

Massa de modelar

Existem no comércio massas de modelar coloridas e já prontas para serem usadas. Mas nenhuma delas supera o entusiasmo da criança de fazer com as próprias mais a “sua massinha”.
Apresento uma receita caseira que, além de atóxica, pode ser feita com facilidade em sala de aula.

1 xícara de café de farinha de trigo
½ xícara de café de sal
água suficiente para dar liga na massa
tinta guache ou anilina para colorir (optativo)

Essa receita é individual. É para ser misturada, manuseada e jogada fora. Caso haja interesse por grande quantidade, que pode ser armazenada, antes do uso, por até 2 meses em geladeira, esta outra receita é melhor:

1 Kg de farinha de trigo
½ de sal
3 colheres de sopa de óleo de cozinha
1 colher de sopa de Iysoform
1 colher de sopa de glicerina
água e corante nas dosagens necessárias

Nas primeiras apresentações, o professor deve fazer a massa na frente das crianças, explicando detalhadamente as medidas e quantidades utilizadas, o uso do Iysoform como desinfetante na massa que será guar-dada e a dosagem controlada da água. Com a experiência, cada aluno será capaz de fazer sua massa, assimilando concretamente importantes noções de medida.
Em qualquer das receitas devemos prevenir de que essa massa não deve ser guardada, pois não seca como as outras. Depois de muito manu-seada, acabará se desmanchando.

Pintura a dedo

Dentre todas as variantes de pintura, a mais importante na faixa pré-escolar é a pintura a dedo.
Oferece enorme possibilidades porque não escorre, não necessita de pincéis e possibilita uma movimentação ampla que devolve a coordenação motora.
Satisfaz a criança num sentido plástico que se aproxima da modela-gem, fazendo a mão penetrar no trabalho totalmente. Permite que ela aprenda a sujar-se e limpar-se, satisfazendo seu desejo de apalpar, espelhar, riscar, apagar, sem separar as mãos da superfície do papel.

Receita de massa de pintura a dedo

1 xícara de chá de polvilho doce
3 xícaras de chá de água
1 xícara de café de sabão em pó (de preferência branco)
1 colher de sopa de Iysoform
1 colher de sopa de glicerina

Bater no liquidificador o polvilho com a água e levar ao fogo sem parar de mexer, até engrossar e começar a ficar transparente. Tirar do fogo e continuar a bater até esfriar. Depois de fria, acrescentar o sabão, o Iysoform e a glicerina. Se a massa ainda estiver dura, acrescentar mais glicerina. Misturar com anilina em pó ou guache grosso e trabalhar sobre superfícies previamente umedecidas com água.
Essa massa pode ser feita em quantidades maiores (2 ou mais receitas) e armazenada por quase um mês, em lugar fresco e escuro, de preferência na geladeira. Ao apresentar a massa, o professor deve misturar a tinta na frente das crianças e deixar que elas manuseiem livremente sobre mesas forradas com plástico.
A atração que a pintura a dedo exerce é tão grande que, nesse primeiro contato, provavelmente os alunos irão preocupar-se em experimenta-la pelo corpo interior (se o professor não estiver atento) em vez de trabalhar graficamente com ela.
Inicialmente manusear com apenas uma cor, acrescentando outras aos poucos, para que as crianças percebam suas misturas. Já numa segunda oportunidade, o professor com colher um pouco de massa colorida sobre papéis grandes e encorpados (tipo cartolina ou Kraft), previamente umedecidos com água. Deixar a criança espalhar livremente, cantando ou ouvindo músicas, para depois sugerir movimentos.

Sugestão para trabalhar com massinha:

Com a música: AQUARELA
(Toninho, Vinícius, Guido Morra e Maurizio Fabrizio)

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Coro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu.

Vai voando contornando
A imensa curva norte-sul
Vou com ela viajando
Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco à vela navegando
É tanto céu e mar num beijo azul

Entre as nuvens vem surgindo
Um lindo avião rosa e frená
Tudo em volta colorido
Com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo
Sereno indo
E se a gente quiser
Ele vai pousar

Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos, bebendo de bem com a vida
De uma América a outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega num muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está

E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar
O fim ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela
Que um dia enfim, descolorirá.

Avaliação

Bem sabemos que avaliar é indispensável em toda e qualquer atividade humana, portanto, não seria possível prescindir da avaliação em nos-sos projetos educacionais. Se as atividades escolares são essenciais na formação das pessoas, por consequência, a avaliação coloca-se como o instrumento básico desse processo.
Nesse sentido, convido você educador a fazer uma reflexão sobre al-guns aspectos da avaliação na escola, como, por exemplo, estudar só para fazer prova; estudar para tirar uma boa nota; a nota como principal e, às vezes, único instrumento de expressão de resultados de avaliação; a nota como moeda de troca, de classificação, de rotulação, etc.
Retomemos alguns princípios educativos que caracterizam esse mo-delo de organização do espaço/tempo escolar.
Há uma experiência muito interessante que nos serve como ilustração do que queremos discutir: Usando uma fita de Móbius, pede-se a alguém para ir cortando-a no seu sentido longitudinal e pede-se a todos de um gru-po, para ficarem observando o tentarem predizer o que irá acontecer no fi-nal do corte. O que melhor justifica é o seguinte: trabalha-se num espaço geométrico “diferente; novo”, tentando avalia-lo, fazendo comparações com experiências vividas num espaço, “conhecimento, vivido, convencional”.
Se pudermos assumir que o conhecimento de um sujeito é um conjunto de formulações historicamente construídas; se pudermos assumir que o aluno é um produtor de conhecimento, quando em interação com o mun-do; se pudermos assumir que o professor é mediador, um catalisador nesse processo do aluno, teremos, então, um modelo interativo de educação. Assim, podemos pensar numa prática avaliativa que dinamize e regule um processo de construção de conhecimento. Conseqüentemente, podemos ter uma ação avaliativa de processo; uma avaliação formativa que intervenha continuamente no processo de conquista do conhecimento; uma avaliação que sustente uma progressão contínua de todos.
Com certeza, devemos pensar numa proposta de avaliação referenciada no ponto de vista do aluno. Precisamos avaliar, então, tendo em vista a adesão consciente dos alunos; avaliar de modo que permita a todos os en-volvidos no processo acompanharem o progresso dos aprendizes; avaliar, certificando-nos das aquisições essenciais para uma progressão continuada; avaliar como forma de diagnóstico das competências e habilidades individuais, sem ignorar as diferenças entre os alunos.



Veja agora, como observar para avaliar.

A observação direta se faz pelo “olhar atento” do professor, acompa-nhando o desenrolar das atividades e as manifestações dos alunos tanto em situações programadas com em atividades livres. Em ambas, é impor-tante que a observação não seja, apenas, um acompanhamento informal. Para ser útil ao processo avaliativo, a observação deve ser planejada defi-nindo os seguintes aspectos:

1º) O que vai ser observado – O aluno? O grupo? A turma?

O Professor pode observar:

• As perguntas que os alunos fazem;
• A forma como executam tarefas;
• Se cumprem ordens; se prestam atenção;
• Se comunicam com os colegas;
• Se brincam;
• Se conseguem participar ativamente das tarefas;
• Se relacionam em entre si;
• Se perguntam para esclarecer as dúvidas;
• Se as perguntas refletem raciocínio lógico;
• Se as perguntas estão coerentes com o momento de aula;
• Se os alunos associam aprendizagens anteriores aos projetos em desenvolvimento;
• Se o aluno se organiza em função do objetivo das tarefas;
• Se o aluno tem iniciativa;
• Outras.

2º) Qual é a finalidade e quais são os objetivos da observação?

• Conhecer as reações dos alunos em situações grupais?
• Conhecer as formas de interação estabelecidas nos grupos?
• Colher informações sobre o relacionamento de um aluno?
• Verificar como um aluno estuda?
• Identificar dificuldades na forma de expressão dos alunos?
• Etc.



3º) Em qual situação específica a observação será feita?

• Durante uma atividade individual ou em grupo?
• Ao se trabalhar um conteúdo específico; ao se elaborar projetos coletivos?
• Em situações informais?
• Etc.

4º) Como serão registradas as informações observadas?

5º) Como as informações serão analisadas?

• Cada observação será analisada separadamente ou análise abrange-rá uma série de observações?
• Os dados da observação direta do professor serão cruzados com a autoobservação dos alunos; com resultados de exercícios, provas e outras tarefas?
• Etc.

6º) de que maneira os resultados serão utilizados?

• Para planejar as atividades diárias tornando-as adequadas às necessidades e ao interesse dos alunos?
• Para programar e realizar atendimento diversificado segundo as dificuldades identificadas?
• Para acompanhar mais de perto um aluno cujo ritmo de aprendizagem está lento?
• Para estabelecer relacionamento afetivo com um aluno que precisa ser valorizado e desenvolver sua autoestima?
• Etc.

A observação indireta é feita através dos exercícios em sala, dos e-xercícios de casa, das provas e demais tarefas programadas com o objetivo específico de estimular o aluno a manifestar suas aprendizagens.
É importante para uma pessoa que avalia considerar que as aprendizagens são internas aos processos cognitivos dos alunos. O que avaliamos é a sua manifestação externa, numa das formas de comunicação humana: “falando” – expressão oral; “escrevendo” – expressão escrita ou “fazendo” – expressão prática.

Como fazer o sonho coletivo?


Não há solução individual porque educação é trabalho de todos.
Até quando vamos discutir?
- Sempre!

Queremos ser coletivo, nossa força é isso:

SERMOS “JUNTOS”.

M. Lourdes M. V. Andrade.

ELABORAÇÃO E RESPONSABILIDADE
“Elaine Auxiliadora Maurício Neves”
Supervisora Pedagógica
Urucânia/MG

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