domingo, 8 de maio de 2011

O que você entende por ARREBATAMENTO?

O ARREBATAMENTO DA IGREJA
“E aconteceu que, tornando eu para Jerusalém, quando orava no templo, fui arrebatado para fora de mim”. - (Atos, 22:17). Todas as ideias, movidas por paixões têm tudo para não serem revelação do Espírito Santo. E entre nós evangélicos, fervilha uma teoria que diz que antes do fim do mundo os crentes seriam arrebatados para o céu, enquanto o mundo terreno e talvez todo o Universo, se consumiriam no fogo eterno. O interessante é que quando você diz que não acredita nisso, tenha a certeza que você arrumou bom número de inimigos. Não tenho muito tempo para bater papo na Internet, mas como lidamos com estudos escatológicos, a ciência bíblica que estuda o fim do mundo, sempre que possível, procuramos contato com irmãos que se ocupam desse delicado assunto. Tudo vai bem, na maior gentileza. Irmão pra cá, amado pra lá, enfim, parece que estamos em casa. Mas, quando o outro lado fica sabendo que não cremos na inusitada subida do pessoal pro céu, tudo muda de figura. Parece até que é uma heresia, não acreditar no arrebatamento. Ainda bem que não estamos na idade média. Mas vamos ao que interessa. De onde nasceu essa idéia? Nasceu das palavras do apóstolo Paulo, quando ele escreveu aos Tessalonicenses a sua primeira carta, capítulo 4, entre os versículos 13 e 18. Ora, Paulo estaria dizendo o que se entendeu? Que nós iríamos ser arrebatados carnalmente para o céu? Pode ser. Mas antes, vamos considerar algumas posições bíblicas.Primeiro, sobre Paulo: todos nós sabemos que Paulo não era profeta. Foi levado aos céus sim, mas nesse arrebatamento, ficou confuso, conforme as suas próprias palavras, na sua segunda carta aos Coríntios, capítulo 12, versículo 2: “se no corpo, não sei; se fora do corpo não sei; Deus o sabe”. Também lhe foi dito coisas, sem lhe darem permissão para que delas falasse: “ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar”. Ora, quem pode garantir que Paulo, ao escrever sobre a subida nas nuvens (o tal arrebatamento), não continuasse confuso sobre a subida da alma ou do corpo? Outra posição importante está no capítulo 22 do livro de Atos, versículo17. Ao defender-se da turba que queria matá-lo, Paulo diz textualmente: “E aconteceu que, tornando eu para Jerusalém, quando orava no templo, fui arrebatado para fora de mim”. Fica muito claro que Paulo fora arrebatado em espírito e não em carne. De outro modo, não diria “para fora de mim”. Os teólogos fogem dessa ideia, como o diabo foge da cruz. E qual a razão disso? Passagens com este teor, levam à suspeita, de que haveria independência da alma, em relação ao corpo. Se um profeta é levado em espírito a determinado céu, isso quer dizer que, obedecendo a um propósito de Deus, a sua alma deixou o corpo e foi levada ao céu, e depois voltou. Admitir a existência de uma independência entre corpo e alma, levaria obrigatoriamente a uma reforma em toda a teologia. E por consequência, a uma profunda reforma na igreja. Os tradutores, sabendo disso, evitaram usar o termo “arrebatado em espírito” e preferiram “arrebatado no Espírito”. Pode parecer a mesma coisa, mas não é. Quando você diz “arrebatado no Espírito”, o sentido é de que você foi arrebatado no Espírito Santo. Quando usamos “arrebatado em espírito”, o sentido é de que a alma do profeta, deixou o corpo, subiu aos céus e depois, retornou. Fica evidente, que Paulo se mostrava confuso em relação ao desprendimento da sua alma, mas que, em alguns momentos, ele sabia que estava sendo arrebatado em espírito. Diante de tais incertezas, as palavras do Apóstolo, na sua carta aos Tessalonicenses, não deveriam ser tomadas como base para uma teoria que está levando multidões a crerem num evento que pode não acontecer. Este é o perigo desse ensinamento. Temos afirmado que o exame das profecias mais significativas, relacionadas com o fim do mundo, isto é, o Apocalipse de João, o Sermão profético de Jesus e o Livro de Daniel, absolutamente, nada dizem de arrebatamento. Costuma-se pegar uma passagem aqui e outra ali, para tentar argumentar a favor do arrebatamento corporal. Mas a maioria dessas interpretações, não passa de alegorias, quer dizer, não se sustenta diante da concordância e da lógica bíblicas. Oficialmente, a concordância aponta para o Apocalipse, capítulo 11, versículo 12; e para o Evangelho segundo João, capítulo 12, versículo 26. Mas, do que trata o Apocalipse 12? Fala da subida aos céus de duas testemunhas. Nada tem a ver com o arrebatamento dos crentes. E João, capítulo 12? Diz que, se alguém serve ao Senhor, deverá segui-Lo. E onde Ele (o Senhor) estiver; aquele que o seguir, estará também. Nada sobre o arrebatamento. O desaparecimento de Enoque (Gênesis, 5:24), de João Batista (2 Reis, 2:11) e outras passagens simbólicas, são usadas para sustentarem a tese do arrebatamento. Mas nenhuma delas é clara o suficiente, para nos dar a certeza, de que no dia do juízo, durante ele, ou depois do juízo, haverá o arrebatamento dos crentes. Na verdade, o que existe, são fortes indícios de que os crentes sofrerão aflições; e as testemunhas de Cristo, elas passarão por perseguições e morte. E esses indícios, podem ser comprovados fartamente pelos profetas e pelas palavras do Senhor. Portanto, se você crê no arrebatamento, não nos tenha como inimigos. Não cremos, mas não te condenamos, porque você crê. Porém, te aconselhamos a pensar, ao menos um pouco, na possibilidade do arrebatamento não acontecer e você ter que enfrentar um tempo muito difícil, durante a grande tribulação. Pense nisso, com carinho. Que Deus nos ajude. AMÉM.

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